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Este espaço que é meu

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Uma psicoterapia tem várias dimensões, uma delas é o espaço terapêutico. Espaço físico, espaço interno e também espaço inter-relacional.

No início tudo é novo, o terapeuta, a sala, até a zona da cidade ganha uma outra perspetiva. É um espaço que é do terapeuta, esse personagem que está lá para ajudar, para ouvir, para fazer sentir acompanhado. Será no decorrer da psicoterapia que estes espaços passam também a ser do próprio, no decorrer do tempo, no estabelecimento de uma relação e na construção de um espaço entre terapeuta e paciente, para o qual os dois contribuem de forma consciente e inconsciente.

O espaço físico, a sala, o divã ou cadeira, são pertença do mundo exterior. No início um espaço novo, passa ser um espaço continente, de confiança e de conforto. Um local que passa a fazer parte do quotidiano, com o qual se pode contar e que por vezes consola só de saber que lá está.
Este espaço físico é ele também objeto de personalização por parte da pessoa analisada, que o humaniza, que o conhece à sua maneira e atribui significados aos seus recantos.

Olhando para dentro, está o espaço interno do próprio. Este vivido de uma maneira muito própria por cada pessoa. Para uns sentido como organizado e ordenado, para outros experienciado como abstrato e imprevisível. Uma linha do racional ao emocional, onde cada um encontra as formas de viver internamente a sua vida, longe dos holofotes da realidade exterior. Neste espaço a dúvida persiste e existe, sentimentos desconhecidos, não compreendidos são vividos de forma mais ou menos intensa. Alguns fazem sentido, outros nem tanto. Sonhos são sonhados, expressão interna que ganha a forma de imagem quando a consciência descansa, eles também falam deste espaço.

No desenrolar da psicoterapia este espaço, que é da pessoa em análise, passa a ser mais seu. Passa a ser passível de ser pensado e verbalizado. Dar palavra ao que se sente, para que desta forma as vivências internas possam ser compreendidas, toleradas e até modificadas. De certa forma, na psicoterapia, a pessoa aprende a pensar-se. E esta aprendizagem irá perdurar muito para lá do final cronológico da psicoterapia em si, é algo que leva consigo para a vida.

Entretanto há o terapeuta, que também irá emprestar a sua pessoa a este processo. Desta forma contribuindo com pensamentos, compreensões e perspetivas, ajudando a construir, a completar os elos em falta e servindo de apoio interno para o desenvolvimento da pessoa. Cada dupla terapêutica é única, e o espaço existente entre os dois é consequentemente único também. Este espaço é dinâmico, está em constante construção, mas proporciona o espaço relacional para que a pessoa possa vivenciar, e por vezes revivênciar, as suas relações de vida com as respetivas emoções, sejam elas medo, fúria, alegria, tristeza, desespero ou esperança entre tantas outras.

Uma psicoterapia é portanto “multiespacial”, o que será consequência da sua própria natureza, fundamentada na condição humana e focada em compreender o que é ser humano. Daí apresentar estas três dimensões que talvez também encontremos nas relações do dia-a-dia, todas elas têm um espaço/contexto habitual, em todas o mundo interno está presente e também em todas as relações cada um adota uma forma muito própria de relacionar com o outro e construí-lo dentro de si. É de esperar que, com o passar do tempo em terapia, a pessoa possa dizer, e sentir, que “este espaço é meu”.

Dr. Jorge Fonte

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