A obesidade tem sofrido, ao longo dos últimos anos, um aumento de certa forma assustador, sendo mais frequente nos países industrializados e mais desenvolvidos. É considerada uma doença crónica e pode ser definida como um excesso de acumulação de gordura no organismo, um problema que acelera o desenvolvimento de muitas outras doenças e pode causar a morte precoce.
A OMS – Organização Mundial de Saúde, estima que mais de 1 bilião de adultos em todo o mundo, sofrem de obesidade; e que na sua maioria sofrem de problemas de saúde decorrentes deste excesso de peso. Em Portugal 1 em cada 5 adultos já apresenta obesidade. Nos Estados Unidos calculam-se 300 mil as pessoas que morrem por ano precocemente devido a esta epidemia. Para a OMS, a obesidade é a «epidemia do século XXI», um novo factor de risco para a saúde pública.
A elevada prevalência infanto-juvenil, as graves complicações associadas (diabetes, hipertensão arterial, doenças coronárias, cancro, entre outras), a dificuldade e efectividade dos tratamentos, os seus elevados custos, juntamente com a falta de informação, colocaram-na na ordem do dia.
Como podemos constatar, a obesidade está normalmente associada a vários problemas de saúde, um dos mais frequentes é a diabetes tipo 2. Mais de 90% das pessoas diabéticas têm excesso de peso, sendo que o mesmo pode ser decisivo para o evoluir positivo ou negativo de um doente diabético.
Além da diabetes, outras doenças podem ser associadas à obesidade:
- Apneia do sono
- Artrite
- Cancro (cólon, mama, vesícula)
- Colesterol elevado
- Doenças coronárias
- Hipertensão arterial
- Doenças gastrointestinais
A maior parte das vezes, a degeneração das células do organismo e consequente origem de cancro é devido a uma maior predisposição do indivíduo obeso. É também sabido que as mulheres que aumentam de peso em mais de 10 kg, depois dos 18 anos de idade têm duas vezes mais probabilidade de vir a desenvolver cancro da mama.
Está provado que é possível baixar o nível de colesterol no sangue quando se consegue reduzir o peso em percentagem de massa gorda. Existe também uma relação direta entre obesidade e tensão arterial elevada; vários estudos confirmam que uma perda de peso moderada pode reduzir de maneira significativa a pressão sanguínea.
Vários estudos já publicados sugerem que 80% dos casos de obesidade é devido a contínuos erros de origem alimentar, sendo que o melhor tratamento será uma reeducação alimentar e controlo de peso a médio – longo prazo.
Cabe ao doente perceber a importância da prevenção como o melhor tratamento e não as perdas de peso repentinas, que acarretam problemas para a saúde. A perda de peso desejado é um problema sério e para que seja encarado como tal é necessário o estabelecimento de regras e uma orientação nutricional pelo profissional de saúde, para se conseguir atingir os objectivos a que nos propomos no início da terapêutica.
Atualmente, a nutrição clínica é fundamental para a prevenção, controlo e tratamento da obesidade, implicando a prescrição de um plano alimentar adequado a cada caso, de base hipocalórica mas não demasiadamente restritivo, permitindo assim a fácil adesão ao tratamento e a resultados mais efetivos.
Dr. João Sampaio
Nutricionista
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