Terapia psicanalítica, breve apresentação
(Julho, 2014)
Temos hoje em dia vários modelos terapêuticos em psicologia: o psicanalítico, o cognitivo, o comportamental ou o familiar, somente para citar alguns exemplos. Iremos centrar a nossa atenção no modelo psicanalítico.
No modelo psicanalítico é importante diferenciar duas vertentes: a psicanálise e a terapia psicanalítica. Quando falamos de psicanálise, referimo-nos à abordagem mais clássica que decorre em setting analítico, com o paciente no divã, com três a cinco sessões semanais e de longa duração. Numa terapia psicanalítica a sessão decorre face a face, poderá ter uma a duas sessões semanais e a duração varia de acordo com os objetivos terapêuticos definidos entre o paciente e o terapeuta.
Tem o modelo psicanalítico como objetivo principal reduzir o sofrimento psicológico do paciente e melhorar a sua qualidade de vida. A autora Nancy Mcwilliams (1999) enumera os seguintes objetivos para a terapia psicanalítica:
- Desaparecimento ou diminuição dos sintomas de psicopatologia
- Desenvolvimento de insight
- Aumento do próprio livre-arbítrio
- Obtenção ou solidificação do sentimento de identidade
- Aumento realístico da autoestima
- Melhor capacidade de reconhecer e lidar com os sentimentos
- Melhoria da força e coesão do ego
- Expansão da capacidade de amar
- Trabalhar e depender adequadamente dos outros
- Ter uma maior experiência do prazer e da serenidade
- Melhoria na saúde física
- Maior resistência ao stress
Uma terapia psicanalítica tem por base o estabelecimento de uma relação entre o paciente e o terapeuta. Será este, talvez, o primeiro passo terapêutico e será esta a base sobre a qual se desenrolará todo o processo terapêutico, com a consequente diminuição do sofrimento psicológico. Casos há em que o estabelecimento da referida relação, permite ao paciente experienciar imediatas “melhoras” com a redução de certos sintomas.
Trata-se de uma abordagem terapêutica em que se pretende desenvolver a função pensante do paciente. Possibilitando assim ao paciente, a capacidade de se pensar e nomear o seu mundo interno. Por outras palavras, tornar possível a expressão verbal de sentimentos ou sensações, adquirindo a capacidade de compreensão sobre os mesmos e sobre si próprio.
É portanto uma terapia que tem por base a relação estabelecida e que promove a melhoria das relações, internas e externas, na vida do paciente. Um processo de descoberta, onde o próprio constrói o seu desenvolvimento pessoal, recorrendo e utilizando a figurado seu terapeuta e o espaço de sessão.
Dr. Jorge Fonte
Psicólogo Clínico
jfonte.psi@gmail.com