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Utilização Problemática da Internet – Dependência de Videojogos

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A internet tem transformado a sociedade nas últimas décadas. As gerações mais jovens têm substituído progressivamente as formas de socializar, comunicar e de entretenimento tradicionais por redes sociais com múltiplas funcionalidades e jogos de computador onde desenvolvem actividades estruturalmente complexas (comunicação, jogo de equipa, resolução de problemas, treino de reflexos etc) que têm em comum o acesso através da internet.

Apesar de na maioria dos casos essa utilização ser normal (e apenas uma preferência pessoal), pessoas suscetíveis parecem utilizar a internet de forma excessiva e crescente, até perderem o controlo e começarem a comprometer as suas obrigações académicas ou profissionais com quebra do rendimento escolar, perda de oportunidades profissionais ou cansaço excessivo no trabalho. Associado ao quadro pode surgir sofrimento psíquico, como a sensação de perda do controlo ou alterações do humor (de forma persistente ou temporária – neste último caso mais frequentemente ansiedade ou inquietação com a antecipação da actividade na internet, ou irritabilidade quando privado da utilização da internet para fins não essenciais). Muitas vezes surgem também alterações da socialização e vida afectiva como diminuição do tempo em família, recusa a ir a eventos sociais ou degradação da vida conjugal.

Estudos apontam para uma prevalência de “utilização problemática da internet” nos países europeus entre 1 e 9%, tendo sido descritos problemas associados às seguintes actividades:

  • Videojogos através da Internet
  • Apostas online
  • Redes Sociais
  • Pesquisa ou descarga de informação
  • Trocas/compras online
  • Sexo/relacionamentos virtuais
  • Solicitação sexual ou cyberbullying

Estudos em utilizadores excessivos de videojogos através da internet encontraram semelhanças a nível comportamental e do padrão de funcionamento cerebral com o jogo patológico (perturbação relacionada com jogos de azar ou apostas) bem como dependências de substâncias tendo havido por isso uma aproximação ainda não definitiva da “utilização problemática de videojogos” às “dependências comportamentais”.

Os videojogos são um passatempo estigmatizado pela sociedade, promovem uma experiência interactiva e de superação, apresentam um componente de desafio/competição, proporcionam uma aventura na primeira pessoa, bem como experiência de alienação que se tem mostrado particularmente atrativa para os jovens do sexo masculino. Apesar de alguns jogos terem benefícios (segundo demonstrado em provas neuropsicológicas) e estar descrito um fenómeno de “wear off” (pico de utilização do jogo e dessensiblização progressiva posterior), surge na prática clínica como o problema mais frequentemente relacionado com a internet/novas tecnologias.

Apesar de a “utilização Problemática da Internet” ser uma entidade recente e ainda à espera de definição do seu espaço e real dimensão do problema, a investigação nos últimos anos tem permitido traçar o perfil das pessoas em risco e tem-se encontrado relação significativa com patologia psiquiátrica, despertando por isso o interesse médico. As perturbações psiquiátricas como depressão, perturbações ansiosas e alterações do sono podem surgir em até 86% dos casos (Block 2008). Frequentemente estão também associados outros problemas médicos como obesidade, sedentarismo e patologia ortopédica. Uma avaliação cuidada da situação clínica, tratamento adequado das co-morbilidades, bem como acompanhamento durante os períodos de menor rendimento académico, laboral ou social poderão ser a chave para a recuperação do equilíbrio psíquico nos estados de “utilização problemática da internet”.

João Reis
Médico psiquiatra

 

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